Beije – me,
Pode beijar…
Não um daqueles beijos fúnebres
de lábios tremidos, boca seca,
sem entrega…
Não quero um desses beijos nervosos,
roubados, sem emoção ou
contidos.
Não desejo beijos vagos,
sem volúpia ou êxtases.
Se queres me beijar?
Beije-me,
Pode beijar-me…
Mas preciso de um beijo daqueles novelescos
com mordidelas, paixão e afagos.
Um beijo ardente,
escandalizador, sem moralidades,
libidinoso por si só…
cheio de décimas terceiras intenções.
Quero um beijo molhado,
de despedida,
mas não como se fosse o último.
E depois pode até ter continuidade,
mas primeiro:
o beijo.