Sobre o SertãoPunk, minha Vó e a Terra da Luz

Um artigo-resumo da proposta do movimento, sua trajetória até aqui e uma reflexão crítica sobre impressões e intencionalidades no mundo da literatura independente.

Não faz muito tempo, um leitor me disse que até gostava da minha coluna de ficção aqui, no Alagadiço Literário, em especial do conto 19, porém não compreendia o fato de eu nomeá-la como SertãoPunk. Perguntei o motivo, achando eu que ele se referia a estética dos textos. Que nada. Falou que a proposta era legal, mas (o temido “mas” depois duma afirmativa comum) que a execução, por vezes, ia de encontro aos ideais que se pregava. Eu quis saber mais, então ele questionou a nomenclatura (SertãoPunk como crítica ao termo Cyberagreste), o fato dos co-criadores (da proposta) do movimento só representarem 2 dos 9 estados do Nordeste e da “receita de internet” que se imprimia em algumas declarações. Na hora, só ouvi.

Acho que, naquele instante, não era o momento de falar. Hoje, ironicamente, também não é. Digo isso porque sou como o Alan de Sá: eu explico melhor escrevendo.

Uma (nem tão) breve contextualização

Ilustração de Vitor Wiedergrun.

Para compreender o dito SertãoPunk, acho justo começar comentando o Cyberagreste. Os nomes parecem levar ao mesmo lugar, como irmãos fazendo o mesmo caminho para casa, mas não. Não mesmo. Poderia aqui citar Caim e Abel, porém seus pais são bem diferentes.

Como muito bem descrito por Alan de Sá no seu artigo Estão inventando o Nordeste. De novo, publicado no Medium, o Cyberagreste surgiu a partir duma série de ilustrações do gaúcho Vitor Wiedergrun (nome difícil, né?) que trouxe a estética Cyberpunk associada à elementos culturais do Nordeste. Dentre esses, o sempre explorado Cangaço. Aparentemente, em toda ocasião onde se evocava nossa região, ele vinha forte. Quando não, dava lugar à miséria dos retirantes. O motivo para essa representação? Alguns dizem que uma pesquisa rasa, outros que uma indisponibilidade para ceder o “microfone do protagonismo”. Sinceramente, acredito nos dois. Se por ignorância ou conveniência, nem importa, já que o resultado é, de qualquer jeito, questionável. Isso para não dizer estigmatizador e até prejudicial.

Ilustração de Vitor Wiedergrun.

Num primeiro momento, as imagens fizeram sucesso. Tanto que, certo tempo depois, serviram de inspiração para diversos autores das regiões Sul/Sudeste escreverem acerca do tema. Mais tarde, esses mesmos autores foram usados como referência no artigo Amazofuturismo e Cyberagreste: por uma ficção científica brasileira, escrito pela jornalista e escritora Lídia Zuin e publicado no seu blog. Ela também é paulista. Nele, a autora fala sobre alguns gêneros e subgêneros brasileiros. No que disse respeito ao Cyberagreste, apenas 2 nordestinos foram citados (Zé Wellington e Walter Geovani) com o Cangaço Overdrive (indicado, inclusive, ao Jabuti). Entretanto, como já disse, esses não foram os únicos com produções dentro do escopo “nordestino”. Dentre os vários exemplos, transcrevo aqui Filhos do Metal e da Caatinga, da campinense Laisa Ribeiro, e A Luta do Cangaceiro Jedi, do paulistano Roberto de Sousa Causo. Nesse ponto, dado o que foi estabelecido em material e opinião, a ideia que brotou com bastante entusiasmo se mostrou menos inclusiva do que se pregou no primeiro momento.

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Não vou aqui falar da História do Brasil, mas vou evocar um pouco de Durval Muniz (professor, historiador e autor de A Invenção do Nordeste) para abordar dois temas muito recorrentes na representação nordestina nas artes em geral, e que infelizmente foi reproduzido nas obras citadas anteriormente. E só para deixar claro: falo aqui, pelo menos, dos últimos 40 anos. O primeiro deles é o ideário de retirante enquanto fugitivo da seca, miserável e ignorante, e o segundo é seu espaço de atuação assolado pela quentura, fome, primitivismo, brutalidades e o pior do coronelismo, se direcionando em termos sociais ao pessimismo de um sofrimento inevitável.

Pesado né? Nem se engane, essa ainda é a única imagem que muita gente tem de nós.

Ainda sobre isso, falo por experiência própria. Dois anos atrás uma tia veio nos visitar (em Areias, sítio na zona rural do Sertão Central Cearense) e trouxe consigo o marido que, veementemente, dizia estar surpreso com a água na torneira todo dia, a diversidade de comidas e as diferentes alternativas profissionais para além da agricultura de ofício. Perguntado o motivo, afirmava que o sertão que via não era o mesmo das novelas.

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No campo da Literatura, por vezes, acontece algo parecido. Para exemplificação, vale citar Graciliano Ramos, Ariano Suassuna e Raquel de Queiroz, escritores que praticamente fundaram uma ideia de Nordeste no território das letras. Não obstante, o tempo passa e, como diria minha vó, o inverno chega e a terra muda de cor. Foi assim com alguns desses escritores que citei. Raquel de Queiroz, por exemplo, em 1991 em entrevista ao Roda Viva afirmou reiteradas vezes que o Nordeste descrito no seu livro, O Quinze (lançado em 1930), não existia mais. Retrucou muitas percepções que valem enfoque, mas não farei aqui. O ponto é que se aquele Nordeste estigmatizado não fazia mais tanto sentido em 1991, por qual motivo, razão ou circunstância faria sentido em 2019? A pergunta é retórica, porque não faz, principalmente se estamos falando de narrativas de Ficção Científica ambientadas no futuro da região, como muito bem descrito no vídeo vou ter que falar de cyberagreste né da G. G. Diniz no seu canal do YouTube, Usina de Universos, sobre o tema.

Acerca das várias problemáticas envolvidas no Cyberagreste, vou sintetizar uma listinha:

Esvaziamento de símbolos regionais, reforçando o uso do “belo pelo belo” sem qualquer aprofundamento. Para exemplo, vale citar algumas ilustrações de cabaças e lampiões (não a figura histórica, o objeto) sem conexão alguma com suas devidas funcionalidades, gerando assim uma associação exclusivamente estética.

Reprodução de exotismo periférico. Disso, vou ser preguiçoso e usar o exemplo mais manjado de todos: o protagonista branco, homem, cis, hétero, desbravando uma “terra de ninguém” e ajudando alguns pobres coitados pelo caminho (mito do salvador).

Capa da Veja São Paulo, Jan/2021.

Supervalorização da seca e da miséria como únicos problemas realmente dignos de nota. Também é importante citar o exotismo da zona rural, onde (acredite se quiser) o tempo também passa. Eu, por exemplo, estou escrevendo esse artigo numa rede no alpendre da casa da minha avó num sítio enquanto aguento minha prima ouvindo Madonna (você sabia que ela defendeu a cloroquina como tratamento para covid-19?) e mastigo pamonha doce. Ah, não é em Word, é em nuvem. A internet aqui (quase) nunca cai.

Reforço e reprodução de estereótipos combatidos por parte dos artistas da região há anos, sendo importante ressaltar a imagem de território que “precisa de ajuda para chegar a algum lugar”. Que precisa de uma “liderança”. Para isso, só digo uma coisa: a capa da Veja São Paulo (em janeiro desse ano) onde se elege como “Capital do Nordeste” uma cidade que sequer está na região (no caso, a cidade de São Paulo). Exemplo mais didático, duvido que exista. Porém, no caso da problemática não ser tão óbvia quanto eu penso que seja, indico o vídeo Capital do Nordeste?, uma reflexão detalhada da linguista Jana Viscardi no seu canal do YouTube de mesmo nome. E pasmem: ela é paulista e traz uma visão crítica do tema, então talvez nosso lugar de nascimento não nos respalde alguns preconceitos. O “talvez” contém ironia.

(Finalmente,) O que é o SertãoPunk?

Publicação independente na Amazon.

O SertãoPunk surgiu, portanto, dessa efervescência que corroborou em diversos debates virtuais. Sendo a maioria com participação assídua de 3 jovens escritores nordestinos e negros: G. G. Diniz, Alan de Sá e Alec Silva (uma cearense e dois baianos) que mais tarde arquitetariam os primeiros passos (da proposta) do movimento sobre o qual esse artigo trata. Cabe aqui mencionar que outras pessoas também contribuíram para o debate, como José Geraldo Gouvea, mineiro e autor do artigo O regionalismo brasileiro terá sido reduzido a uma estética do exotismo?, Ian Fraser com Um bicho complicado, artigo publicado no seu Medium, o episódio 54 do podcast Poranduba produzido por Andriolli Costa, o artigo Sertãopunk: as culturas do Nordeste como força motriz para uma ficção científica brasileira no portal Aprendiz (do UOL) por Cecília Garcia, o artigo Quem pode imaginar o Nordeste? de Ricardo Santos, o vídeo-crítica de Alexandre Meireles no canal Fantasticursos que tem como título Mundo Punk (23): O que é Sertãopunk, dentre outros. Como deve ter ficado nítido, o SertãoPunk nasceu sob o olhar de muitas testemunhas.

Passados alguns meses do texto Porque fazer o Nordeste sertãopunk?, material que lançou a proposta, e do primeiro conto do gênero, O Sertão Não Virou Mar (disponível gratuitamente aqui), de G. G. Diniz, foi anunciada via Facebook a publicação de Sertãopunk: Histórias de um Nordeste do Amanhã, obra que trouxe um aporte teórico para a proposta do movimento. Para além dos 4 artigos, foram lançados no mesmo volume dois contos: Os Olhos Dos Cajueiros e SCHIZOPHRENIA, de autoria de G. G. Diniz e Alan de Sá, respectivamente. O livro é curto e didático, uma leitura muito válida.

Ah, e é gratuito para quem quiser ler, se informar e até produzir dentro do gênero.

Como já dito, nesse volume foram descritas as intenções e pretensões da proposta SertãoPunk e seus três pilares referenciais que, ao longo dos capítulos da obra, são aplicados em exemplos narrativos:

  • Realismo Mágico – corrente artística latino-americana que tem como expoentes mais famosos Gabriel García Marquez, Jorge Luís Borges, Juan Rulfo, Murilo Rubião (que é brasileiro), dentre outros. Traz consigo a ideia de elementos fantásticos como pontos edificadores da realidade (mas não apenas isso). De exemplo clássico, sempre gosto de citar o conto do Julio Cortázar onde se narra a história de um homem que vomita coelhos brancos e que, num dia aleatório, acaba vomitando um de pelo preto. Sim, é nessa vibe.
  • Afrofuturismo – estética cultural e corrente da arte que combina elementos de ficção científica, ficção histórica, fantasia, história africana e temáticas como releitura do passado continental (diáspora africana, por exemplo) para melhor compreensão e representação do povo preto. Como exemplo, há o famoso filme Pantera Negra (muito embora não possa se dizer decolonial).
  • Solarpunk – movimento estético que, embora tenha derivado do Cyberpunk, encoraja visões otimistas do futuro sob a luz das presentes questões climáticas, tais como o desmatamento e desenvolvimento sustentável. Outro ponto é a abordagem centrada em dinâmicas sociais, como a problemática da desigualdade social e acesso a água (seja pela baixa oferta de chuva ou comercialização por monopólio das reservas). Imagine aí: o que aconteceria se encontrássemos uma forma de produção de energia inesgotável e sem danos aos ecossistemas da Terra?

Para além dessas referências, algumas outras ferramentas de temática foram descritas como necessárias para um protagonismo nordestino eficiente. Conforme descrito na própria obra, são:

  • Um Nordeste onde os avanços tecnológicos, sobretudo ecológicos, proporcionaram alta qualidade de vida para os nordestinos;
  • Presença de desordem social por parte de uma elite coronelista emergente e financiada por poderosos grupos de outras regiões;
  • Reformulação do processo migratório brasileiro;
  • Nordeste como polo independente de desenvolvimento intelectual e cultural;
  • Uso da oralidade, de elementos culturais e das diversas lendas e religiões da região na narrativa.
Publicação da Ed. Corvus, série Carcarás.

No geral, o texto é didático, muito embora ainda cause algumas dúvidas. Entre elas, uma que chegou até mim através de um amigo (escritor e cearense também, inclusive): Uma ficção SertãoPunk precisa apresentar TODAS as temáticas abordados acima? A resposta é não, tendo em vista que o argumento central do movimento fala a favor da multiplicidade de ideias, pontos de vista e narrativas, sendo as características apontadas no texto apenas sugestões, e não propriamente regras restritivas para quem, por ventura, se sinta interessado ou convidado ao gênero. O exemplo prático disso é que no conto Os Olhos Dos Cajueiros não há traços de Realismo Mágico nem a figura de (novos) coronéis no comando da sociedade – coisa que acontece em Morte Matada, noveleta publicada pela Editora Corvus na série Carcarás, por exemplo –, entretanto descreve a cidade de Fortaleza (capital do Ceará) como polo científico-tecnológico e usa de recursos e ferramentas típicas do Solarpunk.

Note: Alguns pontos temáticos foram abordados, outros não.

Nesse meio tempo, entre o lançamento do Sertãopunk: Histórias de um Nordeste do Amanhã (julho de 2020) e a data de hoje, algumas obras foram lançadas dentro do gênero e outras (até onde minha capacidade de fofocar vai) já estão em planejamento. Logo abaixo algumas delas.

Escrito pelo já citado Ian Fraser, autor de Noir Carnavalesco (Prêmio Arbest 2020) e da saga Araruama (favor, não confundir com a série da Globo), o conto O segredo que vale uma alma foi escrito para um financiamento coletivo que buscava auxiliar a Associação Pariri.

Ambientado em um Nordeste do futuro, A Noite tem Mil Olhos (lançada pela coleção Carcarás) narra uma sociedade assolada por uma guerra interna e por um processo de separação do resto do Brasil que, meio ao enredo, se vincula ao abismo entre crendice popular e ceticismo científico. Outra obra do mesmo autor é Nós somos os santos de sangue durante a noite, lançada pela mesma coleção.

Salvador, Bahia, futuro. Beto, alguém que está afogado entre o clichê e o comum, encara um evento no Museu de Arte Moderna local: o Abrakadabra. Lá, imerso em dados, alucinações e monstros (externos e internos), viaja para dentro de si mesmo e desvela seu receio mais íntimo.

Esse conto, porém, está de cara nova na Amazon, fazendo parte da coleção Carcarás da já citada Editora Corvus.

* * *

Pois bem, as críticas do meu leitor seguiram na minha cabeça, algumas facilmente rebatíveis e outras com um bom fundamento. Vou tratar delas.

Até porque eu sou cearense, assim como a G. G. Diniz (famosa por seu canal de críticas no YouTube, com direito até a hater). Ou, como alguns preferem falar, sou da Terra da Luz. Trocando em miúdos: não é do nosso feitio elogiar incondicionalmente algo/alguém/alguma-coisa sem tecer ressalvas. Para nós, não existe isso de debate encerrado. E se parar para pensar bem, só existe um jeito de acabar com um debate: silenciando alguém. E não, não acreditamos no silêncio como forma de expressão.

Em respeito às críticas desse meu leitor, vou discuti-las:

  • É coerente julgar representativo um(a ideia de) movimento literário formado majoritariamente por cearenses e baianos (2 dos 9 estados da região, no caso)?

A resposta é não, contudo não por essa questão numérica, e sim pelo fato de que o SertãoPunk ainda não é, em termos absolutos, um movimento. Por isso uso, ao longo de todo esse artigo, o termo “proposta de movimento”, já que adesão e efetiva produção são pré-requisitos para algo do gênero. Tem gente massa no blog capaz de destilar isso melhor, mas por ora pararei por aqui. Se um dia será, o tempo e repercussão vão dizer. Eu torço e trabalho para que sim.

  • Se em 2019 a nomenclatura Cyberagreste foi criticada pelo fato de supor que toda a região Nordeste correspondia ao Agreste, por qual motivo não se critica o termo SertãoPunk já que o Sertão não corresponde a todo o território nordestino?

As justificativas para cada um são diferentes. O primeiro termo é fruto da procura por um “nome melhor”, sem qualquer conexão com seus significados e representações, já o SertãoPunk, como bem descrito no segundo capítulo do e-book-manifesto, deriva do fato do Sertão está presente na maioria dos estados (8 de 9, só Maranhão fica de fora), ser a maior sub-região e ser a mais afetada por estereótipos e reducionismos culturais. O nome é massa, cá entre nós.

  • O que precisa ter para ser SertãoPunk? Funciona como receita de bolo? É preciso pedir autorização para alguém?

Como são três perguntas, aí vão três respostas: 1 – vontade de escrever/produzir e confluência na proposta por trás da estética, 2 – não, a proposta é sobre possibilidades, uma big ideia, e 3 – não, já que não é marca registrada e não tem fiscal. O que não quer dizer, porém, que possa se deturpar o que foi feito até aqui. Como, por exemplo, no caso da revista Fantástika 451 ao tentar apagar G. G. Diniz como primeira a escrever dentro do gênero. Ainda sobre isso, possibilidades de criação, acredito que caiba o exemplo da Mariana Teixeira, primeira ilustradora a abordar o tema SertãoPunk (importante ressaltar que do seu jeito, no seu estilo) ao ilustrar o famoso Elevador Lacerda, ponto turístico de Salvador/BA, e a problemática das cidades alta e baixa.

A Ilustração acima é da Mariana Teixeira. Caso queira, pode segui-la no Instagram marianateixeiraart.

Outro ponto digno de nota crítica, não obstante, é a forma inicial com a qual o leitor é tratado no e-book Sertãopunk: Histórias de um Nordeste do Amanhã, que diz respeito ao único texto do Alec Silva no livro. Independentemente da justificativa de afastamento (e aqui não cabe qualquer questionamento de validação) uma introdução que abre o texto com “queria” – do verbo aparentemente-não-quer-mais – e finaliza com “de todo modo, o futuro agora é com eles” me remete muito mais à uma carta de despedida que um convite. É uma mistura de “fiz minha parte” com um cansaço que não deveria (pelo menos não de forma pública) encabeçar um manifesto que, naquele momento, pareceu um natimorto. Ainda bem que, assim como minha vó costuma dizer, as aparências enganam.

Já tá bom de terminar o artigo, né?

Glória, até porque já estou me sentindo um esquerdomacho dando palestrinha.

Nossa inciativa em promover a Semana SertãoPunk não é por pix (e escritor ganha dinheiro?) e muito menos por ego, até porque o SertãoPunk – para ser o que se propõe – precisa combater essa cultura no meio literário do culto ao eu megalomaníaco que quer mudar o mundo das artes toda semana, entretanto não consegue lidar com uma crítica negativa do seu livro. Qual o motivo para tudo isso então? Produzir, editar e protagonizar uma semana dentro da temática e, redundantemente, promover reflexões críticas sobre o mesmo assunto? Agora é a hora que parafraseio (mais uma vez) o Alan de Sá e digo que a proposta do movimento “Sertãopunk não é briga de galo, crítica infundada ou falta de compreensão em volta duma homenagem malfeita”, mas uma baita oportunidade de traçar algo que é nosso, por nós, para nós. Para isso, doses reiteradas de autocrítica são importantes. Quer dizer, mais do que isso, são necessárias. Inclusive, se você aí que leu esse artigo encontrou algum erro de informação, entre em contato. Porém, observe: nós do Alagadiço Literário somos praticamente uma Fabiana Moraes, jornalista, professora e colunista do Intercept Brasil, ao dizer que estamos dispostos sim a pedir desculpas por possíveis equívocos, porém não estamos nem vamos pedir autorização para falar.

E para finalizar (eu juro que é o último parágrafo!), ainda sobre o pretenciosismo do SertãoPunk, acredito que caiba um dizer foda da minha avó, Dona Neném: Ninguém acerta a lua se mirar na serra, mas o contrário funciona.

E nunca esqueça: espaço não se ganha, espaço se conquista.

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